sábado, 6 de agosto de 2011

Inocência.

Umuarama. Cidadezinha que fica a umas 6h, 8h de distância daqui... as horas mudam conforme o clima, horário de viagem e engarrafamentos. Estávamos nós indo para lá novamente, eu, meu tio, minha ex-tia e meu irmão, e, noutro carro, minha mãe e meus avós.

Quais são as piores situações de uma viagem? Ficar enjoado, querer vomitar e achar que vamos ter que perder tempo de viagem enquanto você vomita... Dormir enquanto o carro chacoalha.. e, principalmente, não saber onde encostar pra dormir. Sentir frio durante a viagem e não ter absolutamente nada para resolver seu problema. Escutar aquelas músicas que provavelmente você não gosta... mas, que alegria, quando você gosta. E, por fim... não ter nada para fazer durante todas as horas, exceto ficar procurando pela próxima plaquinha de quilometragem, é claro.. isso só vai acontecer com você, se você for tão pobre como eu, que assim provavelmente não terá um videogame portátil (principalmente naquela época). Mas não, não são essas as piores coisas pra se acontecer. A pior coisa é... furar o pneu.

Furar o pneu é parar a viagem, e não é parar a viagem pra comer, nem pra ir no banheiro... é parar a viagem ali na beira da estrada, e esperar que alguém arrume - e espero muito que alguém do carro saiba fazer isso... Naquele dia, o pneu furou... não satisfeito.. resolveu furar 3 vezes. É claro, carros geralmente tem local para um step, então tivemos que ir pra uma borracharia depois da segunda vez, conseguimos achar uma... mas, na terceira vez, já era, tivemos que parar e o motorista foi andando até lá (ou de carona, não me recordo).

Parados lá, no meio do nada, não tão nada quanto à casa do Coragem, o cão covarde, mas era nada o suficiente para a estrada ser escura, com ventos fortes, e apenas uma placa ali. Meu irmão, mais velho que eu, provavelmente querendo me assustar, disse:

- Já pensou se aparece um cara aqui... com uma faca...

E eu continuei a história:
- E fura o pneu?!